Um sujeito boa praça, bem-humorado, com o coração enorme e acima de tudo, um grande profissional da fotografia. Paulo Dimas de Almeida, 58 anos, é um nome conhecido das pautas no Sul Fluminense e completa em março 40 anos de profissão. Experiente, já trabalhou nos principais jornais diários da região e também com prefeitos renomados de Barra Mansa.
Nascido em São Vicente, em Minas Gerais, mudou-se para Resende com quatro anos de idade. Chegou a Barra Mansa em 1972, aos nove anos, onde teve uma infância pobre e com muitas dificuldades, mas que foram superadas com muito trabalho e alto astral. “Meu primeiro emprego fichado foi como cobrador, aos 13 anos, mas antes disso já costumava prestar alguns serviços autônomos. Tive que trabalhar desde cedo para ajudar a família”, revelou.
Em 1982, fez um curso de fotografia no Grebav (Grêmio Barra-mansense de Artes Visuais) e iniciou sua carreira como fotógrafo. “O Grebav oferecia um curso e decidi me matricular, aprendendo a parte técnica. Naquela época, tudo era analógico, com filme e revelação manual. Não existiam fotômetros, a gente tinha que manusear a luz e com isso só sabíamos o resultado das fotos depois de reveladas”, disse, acrescentando sobre seu primeiro emprego como profissional.
“Minha primeira oportunidade como fotógrafo foi na loja Foto Gaúcho, que ficava no Centro de Barra Mansa. Em seguida, em 1984, me mudei para Angra dos Reis para trabalhar como mecânico montador na Usina Nuclear, mas continuei exercendo a função de fotógrafo fazendo alguns freelancers. Em 1986 voltei para Barra Mansa e comecei a trabalhar no jornal A Voz da Cidade”, completou Dimas.
Em 1992 passou a trabalhar no Diário do Vale, em Volta Redonda, onde está até os dias atuais. Segundo o diretor do jornal, o jornalista Aurélio Paiva, Paulo Dimas representa uma geração promissora. “Ele faz da profissão uma arte e representa uma geração de fotógrafos que revelava suas fotografias em laboratórios escuros. Sabe registrar com precisão o momento mais importante de um acontecimento, fazendo o tempo parar para eternizar o fato de maior destaque. Ele registrou boa parte dos momentos mais importantes da história da região e se tornou parte da própria história”.
Além da experiência em jornais, Dimas também tem uma grande atuação em assessorias de comunicação, trabalhando diretamente e registrando os momentos dos prefeitos de Barra Mansa Roosevelt Brasil (2001 a 2008), Zé Renato (2009 a 2012) e Rodrigo Drable (2017 até os dias atuais). De acordo com o atual chefe do Executivo, Dimas é um ícone da fotografia regional.
“É um grande profissional. Suas imagens levam a realidade, todos os dias, através de jornais, revistas e também da internet. O fotojornalismo é fundamental para alimentar a sociedade com a percepção do que acontece. Além de tudo, tenho o orgulho de chamá-lo de amigo”, revelou Drable.
MOMENTO MARCANTE
Durante seus 40 anos de profissão, Paulo Dimas já passou por uma série de pautas importantes, sejam alegres ou tristes. Uma que lhe marcou foi quando o Exército ocupou a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) em 1988. “Cerca de 10 mil operários da companhia fizeram parte de um dos movimentos grevistas mais emblemáticos do Brasil. Três deles foram mortos quando o Exército tentou retomar a usina. Fotografei este fato histórico e isso me marcou muito”, relembrou.
Por falar em CSN, outro fato que enche o Paulo Dimas de orgulho foi sua participação no livro de 60 anos da usina. “Apenas eu e mais um fotógrafo da região tivemos o privilégio de fazer parte deste acervo tão importante”, comemorou, lembrando também de sua participação em capas de jornais nacionais, como O Globo.
PERRENGUE
No final da década de 90, cobriu um tiroteio na Vila Elmira, em Barra Mansa, que também foi muito significante para sua profissão. “Era tanto tiro que não sabia de onde vinha. Fiquei escondido por mais de meia hora atrás de um chiqueiro. Hoje eu conto o assunto rindo, mas na hora foi um grande susto”, ponderou Dimas.
TRISTEZA
Em 1995, retornando da licença paternidade e com o sentimento de pai aflorado, cobriu um acidente de carro na Via Dutra que lhe rende más recordações até hoje. “A cobertura mais trágica que fiz foi esse acidente, pois tinha uma família inteira morta, entre as vítimas um bebê. Eu tinha acabado de ser pai e aquela cena me impactou”.
ALEGRIA
“Um dos momentos mais felizes da minha carreira foi quando tive a oportunidade de andar de helicóptero pela primeira vez. Em 1989 sobrevoei o município de Piraí fazendo cliques, mas também orientando o piloto que não era da região e não conhecia a rota direito. Foi a realização de um sonho”, concluiu Paulo Dimas.
Fotos: Felipe Vieira
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