O UBM (Centro Universitário de Barra Mansa) reservou a noite de 28 de agosto, quinta-feira, para uma homenagem ao artista Clecio Penedo. A partir das 19 horas, na Biblioteca Central do UBM do Campus Barra Mansa, uma reprodução em tamanho real do painel "Colonização e Dependência" do artista será aberta oficialmente para visitação do público. Essa e outras reproduções foram oferecidas pelo Museu Histórico Nacional, onde a obra original faz parte do acervo permanente. A noite reserva ainda apresentação artística, com atrações musical e teatral.

A proposta do UBM é estabelecer no espaço "lounge" da Biblioteca, onde uma das réplicas será colocada, estantes para abrigar o acervo de Arte, facilitando sua consulta por pesquisadores e interessados. A iniciativa é o reconhecimento do artista, como explicou o coordenador de Cultura e Integração do UBM, Marcelo Bravo.

"O Instituto Clecio Penedo e o UBM sempre tiveram um bom relacionamento, principalmente pela produção do artista, mas também porque Clecio contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento cultural de todo Médio Paraíba Fluminense por meio do Núcleo de Difusão Cultural do UBM (NDC) criado por ele em 1993", disse Bravo.

Outra lona será instalada no Colégio Municipal Clecio Penedo, do bairro Nova Esperança, também em Barra Mansa. A inauguração será no dia 11/09, às 19 horas. Para o diretor João Christiano de Souza Ferreira, a iniciativa age diretamente na autoestima dos alunos. "Será um ganho muito grande para nós. Temos no Colégio vários alunos que gostam de desenhar. Pretendemos mostrar que eles também podem ficar na história da cultura do Brasil, assim como o Clecio. Queremos mostrar para o aluno que vale a pena estar na escola. Acredito que será um marco", disse o diretor ao ressaltar que atualmente as aulas de história e artes estão também voltadas para o tema Clecio Penedo, como forma de estimular os alunos a valorizar o presente.

Cada cópia da obra, cedida pelo Instituto, será esticada num gradil de metalon e afixada, com moldura de madeira. Além dos painéis fixos no UBM e no Colégio, uma terceira cópia deverá ser elaborada, posteriormente, para permitir a exposição itinerante da obra.

O painel "Colonização e Dependência" foi uma encomenda do Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro e trata-se de uma composição "sui generis", que interpreta a história do Brasil do ponto de vista crítico/irônico, típico de muitos trabalhos do desenhista e artista plástico natural de Bom Jardim e que viveu grande parte de sua existência em Barra Mansa, RJ.

Para a presidente do Instituto Clecio Penedo e viúva do artista, Antonieta Penedo, esse será um marco da trajetória de Penedo. "No UBM estamos deixando o Painel Colonização e Dependência como um marco da trajetória do artista Clecio Penedo que com sua dedicação e competência sempre esteve presente como amigo, professor e incentivador do progresso desta Instituição. A família do artista doa esta obra em agradecimento a todas as homenagens e apoio nos vários momentos da sua vida", disse Antonieta.

Em breve será inaugurada a sede do Instituto Cultural Clecio Penedo, onde o acervo do artista será abrigado no segundo piso da Estação das Artes, em Barra Mansa, em parceria com a prefeitura. Outra parceria está sendo realizada com o Coletivo Teatral Sala Preta, que fará um desfile cívico cênico sobre a vida e obra do artista nos dias 11 e 18 de outubro, no projeto "Nasce uma Cidade". A próxima exposição de artes no UBM também será dedicada a Clecio. "Em 16 de setembro será inaugurada uma exposição no UBM enfocando 'O Homem Clecio Penedo' em todos os aspectos', concluiu Antonieta.

Sobre Clecio Penedo:

Em janeiro de 2014 completou 10 anos da morte de Clecio Penedo. Nascido em 14 de dezembro de 1936, na cidade de Bom Jardim, em Minas Gerais, Penedo inicia seus estudos artísticos na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no ano de 1954, deixando-a em 1956. Como herança destes dois anos, Clecio Penedo dedica-se à pintura a óleo e, pelos dezessete anos seguintes, desenvolve grande acuidade técnica e uma pintura mimética; mas, é no ano de 1973 que Clecio inicia sua formação artística fundamental, ao ingressar no Centro de Pesquisa e Arte, no Rio de Janeiro, estudando com Ivan Serpa e Bruno Tauz. Durante seus dois anos de estudos com o grupo, o artista desenvolve uma pesquisa imagética interpenetrada por figuração e abstração que, em Notas de um Percurso Gráfico, evidencia-se nas séries Geróticos, Inominados e Corpo sem Cabeça. Após sua saída do Centro de Pesquisa e Arte, Clécio Penedo ingressa nos cursos de calcogravura e desenho, do Museu de Arte Moderna, também no Rio de Janeiro, com Aluízio Carvão e Eduardo Sued. Ao longo de sua juventude, Penedo vive um conturbado período histórico brasileiro, o que, mais tarde, subsidiará a constante presença, em sua obra, de temáticas sociais e culturais que discutem o indivíduo como um corpo indissociável do seu espaço existencial e histórico. Clécio Penedo desempenhou funções como: educador, secretário de educação e diretor da então faculdade de artes do UBM (Centro Universitário de Barra Mansa). Clécio faleceu em 2004, vítima de câncer, aos 67 anos.