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INTEGRANTE DO SALA PRETA FAZ INTERCÂMBIO NO MÉXICO

Reconhecer, perceber, relacionar e conectar linguagens híbridas, além de demonstrar o trabalho que o Sala Preta desenvolve, prevalecendo o intercâmbio cultural. Essas foram as propostas que o ator Rafael Crooz, integrante do grupo, levou ao México entre os dias 11 a 19 de maio. A primeira oficina foi realizada entre os dias 13 e 15 de maio no Instituto Politécnico Nacional, no Distrito Federal. Denominada Acciones Hibridas Del Actor, a oficina foi uma espécie de reciclagem com cerca de 15 pessoas entre professores do centro cultural e atores interessados. A outra ação foi realizada na cidade de Pachuca de Hidalgo, à uma hora da capital mexicana. A casa que o recebeu é o Fóro Escénico, inaugurado há um pouco mais de um mês. Lá foi realizada uma demonstração do trabalho de pesquisa que o Sala realiza atualmente. O evento, realizado no dia 13 de maio, contou com cerca de 15 expectadores, a maioria deles alunos Instituto de Artes da Universidade Autônoma do Estado de Hidalgo (UAEH).

Segundo Rafael, na oficina Acciones Hibridas Del Actor, o trabalho se deu por meio da investigação das ações físicas e do trabalho do ator sobre si mesmo. “As linguagens híbridas se ajustam, se transformam, e se potencializam, como a capoeira, danças típicas brasileiras, a antropologia teatral, viewpoints e jogos do teatro do oprimido. Juntando todos os princípios que a oficina propôs, creio que a pesquisa sobre as ações híbridas se consolida em um processo constante e ininterrupto de aprendizagem mútua entre culturas distintas”, disse ele que ainda acrescentou sobre o início do seu contato com o México. "O primeiro convite que recebi foi da Brenda, minha companheira e parceira. Ela é pesquisadora e doutoranda em patrimônio cultural pela Unirio. Ao mesmo tempo que vou com projetos do Sala Preta, debaixo do braço, estou indo também dar um suporte e acompanha-la em exposições e congressos sobre o patrimônio cultural da América latina. O que vai contribuir muito para as pesquisas para o Nasce Uma Cidade deste ano. A partir deste convite da Brenda para essa missão, as propostas da oficina e da demonstração de trabalho foram se armando lá, à medida que fui movendo os contatos”, disse.

Percepções de uma atriz: Gíbran Valencia, uma das atrizes que participou da oficina Acciones Híbridas Del Actor e que também é professora de teatro, relatou como foi a experiência pra ela.  “Eu agradeço que o trabalho tenha sido assim, articulado, preciso, dirigido com lucidez ate ao conhecimento de si mesmo e também pela totalidade concentrada num grão de areia Ter o trabalho do corpo como referencia para a criação cênica, me devolve a concepção da matéria. A matéria como signo denso do astral, então, concordo que ele seja o fundamento, e em certo sentido o para ‘que’. Mesmice, paradoxo e  celebração são a cena e é revitalizante encontrar-se com quem promove algo mais que o drama mental ”

Parceria entre Sala Preta e Foro Escenico: Sobre a importância para o Sala Preta em realizar esse intercâmbio, o ator Rafael fala. “É abrir caminhos. Comunicar. Ampliar as frentes criativas de trabalho do grupo. Permitir que mais territórios percebam o trabalho cênico realizado em Barra Mansa. Nós priorizamos a realização de intercâmbios culturais porque isso é o motor do crescimento. Todo grupo precisa se abrir. Precisa ser poroso, como diz Ferracini. Se um grupo não troca, não troca entre si, endógenamente e exogenamente ele não se renova. E que arte tem potência sem renovação?”, disse ele que ainda acrescentou que para ele o “intercâmbio é uma prova de que trabalho há em todo o mundo. Basta ter iniciativas pró-ativas e inventar coisas que não existem. E a partir delas trocar, apropriar e combinar”. 

Sala Preta no México: Essa foi a segunda vez que Rafael foi ao México. A primeira vez no país, durante uma viagem de 45 dias entre dezembro e fevereiro deste ano, ele ofereceu oficinas em duas universidades públicas (UNAM e UAEH) e uma privada, CUM - Centro Universitário México. “Abri frentes de produção com vários grupos, La Máquina de Teatro, com direção de Clarissa Malheiros, La dueños, que trabalhamos juntos há 5 anos, até atuei já numa peça com eles numa Tomada Urbana em 2011, a Coral Soldado da Monica Alvarez, Bardo Teatro e agora a cia. Los Conjurados. No estado de Veracruz me aproximei do Machincuepa Circo Social. Cruzamos o estado numa kombi e fomos a um festival de cultura popular em Tlacotlalpan. Uma experiência enriquecedora demais. Aí conheci o Son Jarocho, um tipo de música e a Jarana, um pequeno instrumento feito em madeira, parece um ukulele porém é com cordas de pesca”, disse ele, que ainda conheceu na época mais de 40 centros culturais, museus e teatros e visitou 13 cidades em seis estados diferentes. Quanto a planos futuros no México, Rafael revela. “Queremos inscrever um projeto no edital do Iberescena para uma montagem em parceria com duas companhias de lá e promover uma circulação pela América latina. Também há um desejo, que ainda não virou projeto, que é vir de lá, do México até Barra Mansa de kombi com a galera do Machincuepa. Seria incrível”, declarou.

 

 

 

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